– Finalmente acordou!
Kael abriu os olhos mas não reconhecia nada do que via. Era um quarto pequeno, com algumas camas e paredes lisas. Um jovem o olhava como um animal no zoológico.
– Onde eu estou? – disse lentamente.
– Sinceramente, eu não tenho muita paciência pra contar história. Nem estou aqui voluntariamente. Se quiser, espere algum outro chegar e se esbalde. – disse enquanto se virava e arrumava algo em sua cama.
– E quem é você? – disse Kael, com estranhamento.
– Holden. Me parece que seremos companheiros de quarto. Tudo o que eu precisava, mais gente ocupando espaço.
Kael ergueu as sobrancelhas, virou para o lado e levantou-se. Seus pensamentos estavam embaralhados e ele ainda se esforçava para formar uma linha de raciocínio. Se direcionava para a única saída do quarto, quando Holden disse:
– Espera um pouco. Vou chamar a Ana. Fique aqui! – e saiu resmungando. Poucos segundos depois, voltou com uma jovem que Kael achou muito bonita. Quando o viu, fez uma expressão animada, que ele não entendeu. Então ela se aproximou e falou com ele.
– Kael, já acordou!
– Desculpe, mas o que está acontecendo?
– Te trouxemos até aqui ontem à noite. Eu tive que usar a Voster em você porque estava muito agitado. Mas não se preocupe, está entre amigos. Mais tarde o nosso líder, Han, vai lhe falar e esclarecer tudo. – disse com sua típica voz suave, a qual Kael se lembrou ser a do Número Dezesseis. De repente se lembrou de Henri.
– Ei, onde está o Henri?
– Calma, ele está bem. Holden, o Alexel já foi falar com o Henri?
– Já.
– Então, Kael! Vai dar tudo certo. Por enquanto, você vai dormir aqui neste quarto, dividindo-o comigo e com o Holden. Eu sei que você está um pouco confuso, mas tudo será explicado. Me chamo Ana, muito prazer!
– Obrigado Ana.
– Cara! Você é de Osaforte, não é? Ouvi dizer que as praias lá são incríveis. Aqui a gente só vê essa porcaria de floresta pra tudo quanto é lado. Isso sem dizer que até hoje eu nunca vi uma praia. – disse Holden, como se tivesse lembrado de um detalhe importante.
– Nossa, as praias são lindas mesmo, Holden. Não sabe o que está perdendo.
– Sorte a sua.
– Kael, você está bem, não é? – perguntou Ana à Kael, que respondeu positivamente com a cabeça – Vou avisar o Han que está acordado.
Kael ainda não estava completamente consciente. Alguns pensamentos giravam em sua cabeça e era como se ele tivesse que agarrá-los pra manter uma conversa. Fora uma tendência a concordar com tudo o que lhe era falado.
– Cara, você é estranho. – disse Holden.